Por que pilates pode ser melhor amigo das futuras mamães?
Entre as opções de exercícios físicos para grávidas, pilates está sempre no topo da lista das recomendações das obstetras. Não faltam motivos: a prática promove uma maior conexão da mulher com o seu corpo, melhora da resistência física, aumenta o tônus muscular de todo o corpo, principalmente dos músculos do assoalho pélvico, abdômen e coluna vertebral – tornando-a um suporte forte e flexível para o corpo. Assim, é possível melhorar a qualidade de seus movimentos na vida diária.
De acordo com Maitê Munari, fisioterapeuta e professora de pilates na FIT Academia, a respiração também é ponto importante. “A gestante aprende a respirar corretamente de forma mais profunda e controlada”, explica. Além disso, os exercícios sempre ajudam a controlar o ganho de peso, diminui o risco de diabetes e de partos prematuros, sem falar que melhora a autoestima, o bem-estar, a qualidade do sono e diminui o risco de depressão.
A arquiteta Carolina Souza Pinto, aluna de Maitê e futura mamãe do Eduardo, já praticava pilates antes da gravidez. No entanto, as aulas durante a gestação tiveram importância ainda maior. “Além de gestante, eu convivo com uma hérnia de disco lombar, que já tive que operar a dois anos. Com o pilates, não tive nenhum problema com dores na coluna, que é uma reclamação constante entre as gestantes. O exercício me manteve ativa e a Maitê soube fortalecer os meus pontos fracos. Trabalhamos sempre bastante focados na minha postura, amenizando os desconfortos e dores musculares que eventualmente tive ao longo da gestação”, comenta. A professora Maitê complementa: entre os relatos das alunas gestantes, destaca-se ainda entre os benefícios a sensação de bem-estar por respirarem melhor, o aumento da resistência e uma melhora num contexto geral da capacidade física.
A cada trimestre
A gestante deve ter liberação do seu médico obstetra para a prática e, após isso, deve ser supervisionada por um instrutor competente e que tenha conhecimento das mudanças físicas e fisiológicas que ocorrem a cada trimestre da gestação. “Ao longo da gravidez as aulas foram sendo adaptadas conforme as orientações médicas e as minhas limitações, que veriaram bastante ao longo da gestação. Sabemos que cada gravidez é diferente, e a professora trabalhou sempre com aulas específicas de acordo com as minhas necessidades, focando bem em cada desconforto ou indisposição minha”, comenta Carolina Souza Pinto.
De acordo com Maitê, o primeiro trimestre, quando se dá a descoberta, ainda são poucas as mudanças visíveis, porém é o período o mais sensível, com riscos de abortos espontâneos. “A alunas neste período costumam apresentar muito sono. Então, costumo trabalhar com qualidade, porém sem tanta intensidade. A proposta é relembrar os princípios ajudando no ganho de resistência”.
Já no segundo trimestre, a disposição aumenta, mas a barriga começa a restringir algumas posturas e movimentos. “Deve-se fortalecer membros superiores, inferiores e músculos do assoalho pélvico e abdominal, porém tudo com moderação. Evitar o decúbito dorsal (barriga para cima), principalmente a partir do 6º mês, ainda que isso seja variável a cada gestante”. A professora aponta que é preciso cuidar também o momento do alongamento para que a grávida não exceda o seu limite.
O terceiro e último trimestre irá priorizar movimentos nas posições de joelhos, sentada e em pé. “Trabalhar muito a respiração e o fortalecimento de membros superiores e inferiores (com alavancas e amplitudes de movimento menores) e de assoalho pélvico, cuidando sempre da postura e o bem-estar da aluna”, detalha.
Parto e pós-parto
Além dos benefícios durante o período gestacional, a prática do pilates pode ser benéfica também no momento do parto e no período posterior a ele. “Aprender a respirar mais profundamente e de forma controlada, assim como a consciência da musculatura do assoalho pélvico, ajudam efetivamente na hora do parto, acalmando a mãe e aliviando as dores da contração. O fortalecimento muscular trabalhado durante a gestação auxilia na reconquista de boa qualidade muscular após o parto, principalmente promovendo uma melhor estabilidade postural. Além disso, ajuda numa mais rápida recuperação e cicatrização e também previne possíveis incontinências urinárias”, revela.
E vale ressaltar a importância da volta à prática do método pilates após o parto, assim que houver a liberação médica, para que a recuperação seja ainda melhor